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Hábito alimentar ou “Modinha”?
Atualmente com tanta demanda de academias, profissionais da área fitness e sites especializados no assunto, muitas informações errôneas são facilmente divulgadas como sendo verdadeiras.
Alimentos perderam seu real valor nutricional para serem rotulados como “FIT” e “DETOX” como sendo exemplo de algo bom; light e tudo que for diferente disso não é saudável, quando que na verdade essa rotulagem não é correta.
Glúten e lactose são exemplos disso. Foram considerados vilões e inimigos da balança ao passo que suplementos vêm sendo idolatrados por muitas pessoas. Mas até que ponto tudo isso é real?
Começando pelo glúten, que é uma proteína presente na semente dos cereais como trigo, aveia, centeio, cevada, e malte. Não é metabolizado por pessoas que apresentam Doença Celíaca, uma doença que ainda não tem cura e por isso essa substancia seria prejudicial para essa população.
Já a lactose é um açúcar encontrado no leite e seus derivados. Para muitas pessoas o leite não faz mal algum e, portanto, não precisa ser excluído da dieta. Até porque é uma excelente fonte de cálcio da dieta e faz parta da alimentação diária de muita gente.
Então se uma pessoa deixou de comer determinado tipo de alimento certamente ela terá uma perda de peso rápida mas isso não significa que é um padrão alimentar saudável e que se aplica a todo mundo.
A cada dia surgem “novas” estratégias de dietas, que muitas vezes sempre existiram mas com outros nomes e pronto, já basta para todo mundo acreditar que finalmente o fim da obesidade chegou. E que agora a redução da gordura corporal será rápida e definitiva. Mas não é bem assim, é preciso ter mais cautela e analisar cada caso.
São ditas como dietas da moda, onde não se leva em questão hábito alimentar da pessoa e nem muito menos a individualidade metabólica de cada um. E essa “modinha” pode na verdade atrapalhar seu objetivo pessoal de ser alcançado.
Sem contar que enjoam desse tipo de dieta por serem em sua maioria altamente restritiva, já que o prazer em comer fica deixado de lado apenas para consumir um determinado tipo de alimento. Essas pessoas tendem a abandonar mais facilmente esse tipo de padrão alimentar por não aguentarem mais comer sempre as mesmas coisas ou por desenvolverem deficiências nutricionais graves.
O bom nutricionista sempre irá prezar pela alimentação saudável e equilibrada, baseada em evidências científicas e não em determinada moda da academia, sites/perfis de blogueiras ou programas de televisão. O ato de comer é muito mais abrangente do que se pensa e envolve mais detalhes do que se imagina.
Finalizo este assunto com um dos princípios éticos fundamentais do Código de Ética do nutricionista, “O nutricionista é profissional de saúde, que, atendendo aos princípios da ciência da Nutrição, tem como função contribuir para a saúde dos indivíduos e da coletividade”.
Esta matéria não substitui uma consulta especializada.
Procure um nutricionista.
Natália Brandão é Nutricionista e docente da Faculdade de Apucarana