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Um outro dia, depois de um período de quarentena, um diretor de empresa comentou que, ao chegar em casa, quando seus filhos escutavam o barulho da porta do apartamento, diziam à mãe: “Acabou a brincadeira, o papai chegou”. Disse que, sem perceber, transferiu para casa a mesma “energia” que utilizava para a entrega de resultado no trabalho, passando a tratar os filhos como “chefe” e não como pai. Felizmente, hoje as coisas estão bem diferentes.
Somente a liderança que valoriza pessoas e que tem consciência de que “tem gente atrás do crachá”, é que consegue estabelecer a cultura de respeito e valorização do ser humano nas organizações.
Quando pessoas são respeitadas e reconhecidas, passam a perceber que o trabalho vai além de tarefas que executam. Elas aumentam o senso de pertencimento, e se dão conta de que fazem parte de uma equipe que coopera e empenha-se na realização de algo. Esse período de Pandemia e muita gente em ‘Home Office’, ajudou.
Uma premissa para tornar-se, e manter-se bom líder, é demonstrar interesse genuíno pelas pessoas. Algo que não depende do que estudou, nem de formações e certificações que fez, mas de vontade e atitude, buscando reconhecer pessoas pelo que são e pelo que fazem. Imagine como seriam os banheiros do local de trabalho sem pessoas para cuidar deles. Você já parou pra dizer: “- Muito obrigado pelo importante trabalho que realiza aqui na empresa. Sem você esse lugar seria uma bagunça.”? Algo simples e rápido, mas precioso e importante para quem ouve.
A crise gerada pela Pandemia da Covid-19, me parece uma Janela de Oportunidade, ou seja, você deixa de fazer uma atividade que poderia lhe dar um retorno (ler um livro, fazer um curso, trabalhar mais em um projeto pessoal, etc) para perguntar aos seus pares na empresa, no condomínio, no bairro: O que está acontecendo? Como posso ajudar?
Quem já me ouviu falar sobre liderança, certamente escutou que “sem confiança não existe liderança”, já que liderança pressupõe relacionamentos, e sem confiança esses relacionamentos se tornam superficiais e descompromissados.
E quando pensamos em confiança, podemos encontrar vários caminhos que facilitam a sua construção, mas todos dependerão de como nós aproveitamos as “janelas de oportunidade”; momentos em que precisaremos escolher entre virar as costas para as necessidades do outro, ou agir para demonstrar interesse genuíno por ele. Em outras palavras, momentos em que precisaremos decidir entre fechar as “janelas de oportunidade” e quebrar a confiança, ou abri-las, construindo-a.
Crise da Pandemia, crise do Corona Vírus, crise da Covid19 … estas talvez tenham sido as palavras mais citadas no mundo ao longo dos últimos meses desde a crise de 1929.
A Janela de Oportunidade aqui, é o cenário positivo no meio do CAOS. São algumas poucas empresas ou mesmo líderes, que diante de incertezas e cenários nada animadores dizem: “Reconhecemos que existe uma crise pela pandemia, mas decidimos que não iremos participar dela.”
Pensar, sentir e agir a partir desta crença, possibilitou uma ampliação da visão, fortalecimento da missão e alinhamento do propósito, além de novas formas de pensar sobre gestão de pessoas e negócios. O aprimoramento de competências e novos comportamentos foram determinantes para a criação e ampliação de novos mercados, melhoria nas relações com parceiros, e tornar os produtos, processos e serviços mais criativos e inovadores, além de mais acessíveis.
Toda crise gera “uma lição a ser aprendida”. O que a pandemia atual está nos trazendo como lições a serem aprendidas? Tão importante quanto solucionar a crise é aprender com ela. Caso este aprendizado não aconteça, novas e conhecidas “crises” surgirão, até que a lição seja aprendida.
Não vivemos em um tempo difícil, mas em um tempo diferente. As pessoas podem e devem ampliar a sua consciência da nova realidade e se adequar a ela, entendendo claramente que novos problemas e oportunidades exigem novas maneiras de pensar e agir.